Blog

Como comunicar cores?
27/03/2018

Avaliação Visual de Cores

Para fazer uma avaliação visual de cores é necessário seguir uma série de práticas junto com uma padronização adequada do ambiente. Mas antes precisamos entender o que é cor e quais fatores influenciam na nossa percepção das cores. No final desse post tem um desafio fornecido pela X-Rite para avaliar a sua percepção visual das cores. Boa leitura!

Image description
O que é cor?

Para entendermos o que é cor é muito importante entendermos o que é luz. Isso porque a cor não é uma característica própria do objeto, mas depende da luz que o ilumina.

A luz é formada por uma ou várias cores do espectro visível de luz, que vai do violeta ao vermelho.

A união de todas as cores forma a luz branca, como é provado no experimento feito por Isaac Newton com o prisma que divide a luz branca em várias cores.

Um objeto azul ao ser iluminado por uma fonte luminosa branca, absorve todas cores do espectro exceto a cor azul, que é refletida, dessa forma veremos esse objeto com a cor azul.

 

Caso esse objeto azul seja iluminado por uma lâmpada verde, nenhuma cor será refletida por causa da ausência do espectro azul. O espectro verde será absorvido e enxergaremos o objeto com a cor preta.

 

Fatores que influenciam na avaliação visual de cores

Além da iluminação, outros fatores também influenciam na avaliação visual de cores. Fatores como idade, saúde, cansaço, ambiente e até se ficarmos muito tempo olhando para uma mesma cor, interferem no modo como compreendemos uma tonalidade.

Quando falamos de ambiente, nos referimos tanto ao ambiente em que está o avaliador da cor como as cores que estão em volta da amostra pois estas cores podem causar ilusões de ótica.

 

Ilusões de ótica

Ilusões de ótica podem ser causadas pela luz, sombra, profundidade de percepção, movimento, figuras ambíguas, de distorção impossível ou paradoxal.

A causa de uma ilusão de óptica é usualmente designada como fisiológica ou cognitiva.

  • Ilusões fisiológicas ocorrem devido ao funcionamento do aparelho sensor visual. A tendência da visão manter uma imagem após ela ter sido removida é um exemplo.
  • Ilusões psicológicas ou cognitivas aparecem dos mecanismos de processamento da informação no cérebro.

 

CABINES DE LUZ

 

Para padronizar o ambiente de forma prática e eficiente é recomendado o uso de Cabines de Luz. Estas cabines foram projetadas para tornar a avaliação visual de cores mais fiel a realidade. Suas paredes internas são feitas de um material de cor neutra para não interferir na cor da amostra.

O uso de iluminantes no padrão da CIE (Comissão Internacional de Iluminação) torna possível a simulação de várias situações de iluminação como luz do Sol, lâmpadas incandescente e fluorescente, ultravioleta, etc. Desse modo podemos prever a aparência do objeto e também comparar com o padrão para prevenir situações de Metamerismo.

“A cabine de luz deve estar em ambiente correto, em cor cinza médio neutro, o observador deve estar vestido de cor neutra, de preferência em cinza médio neutro,e a cabine deve estar isolada em local próprio onde não haja contaminação de iluminação nem de cores. Para avaliar, deverá posicionar somente o padrão de cor no lado esquerdo e a amostra no lado direito dentro da cabine.”

(Fonte: Herta Luisa Lenhardt, X-Rite)

Salas de harmonia

 

  Estas salas personalizadas criam o ambiente perfeito para análises de amostras de grande porte como automóveis, móveis e peças para indústria.

Este ambiente com excepcional iluminação controlada é ideal para detectar o efeito de casca de laranja, um defeito em camadas de tinta que ocorre quando a tinta seca muito rapidamente ou tem problemas de aderência à superfície que resultam em irregularidades na camada superficial.

É útil também para detectar o efeito de ondulação da superfície que somente pode ser visto de certos ângulos e utilizando uma fonte de luz que não seja difusa.

Avaliação visual de cores – Melhores práticas

Condições de visualização:

  • Estímulo: elemento colorido a ser avaliado (2° e 10°)
  • Campo próximo – cor ao redor da amostra – deve ser cinza médio neutro
  • Fundo – área abaixo e adjacente à amostra – deve ser cinza médio neutro
  • Ao redor da amostra – área ao redor dos 3 itens acima, inclui as paredes, a sala e a vestimenta, deve ser cinza médio neutro (também utiliza-se um avental branco na falta do cinza médio neutro para ocultar a cor das roupas).

Para avaliação crítica de cores é necessário especificar o nível de luz no procedimento de avaliação, consultar as normas ASTM D1729 e AATCC Procedimento de Avaliação n° 9.
Para avaliação crítica de diferenças de cor de espécimes de luminosidade média, a iluminação no centro da área de visão deve ser de 100-125 fc (1080-1340 lx);

  • Para avaliação geral de espécimes de luminosidade intermediária, a iluminação deve ser de 75-175 fc (810-1880 lx);
  • Em ambos os casos, para visualizar materiais muito claros, a iluminação pode ser baixa até 50 fc (540 lx); e para visualizar materiais muito escuros, pode ser alta até 200 fc (2150 lx). Este nível de iluminação alta é usualmente obtido segurando-se os espécimes perto da fonte de iluminação”.
  • Observadores devem ser testados usando o Teste de Visão de Cores Ishihara, e o FM 100 Hue Test, bem como métodos de imagem. Alguns programas dos canais de suprimentos exigem pontuação de erros FM 100 máxima de 16 (visão superior, mercado internacional), outros requerem até 40 (visão normal, mercado nacional).
  • Para D65, a qualidade da simulação da luz do dia deve ter graduação BC (CIELAB) ou superior, seguindo a Publicação CIE S 012E.
  • Filtros e lâmpadas devem ser apropriadamente conservados e limpos.
  • Padrão e amostra devem ser colocados lado-a-lado sendo o padrão na esquerda.
  • O ângulo de observação geralmente empregado é o da opção B ou C na figura ao lado.

 

Interpretação de cores – Aceitabilidade

Devido a cor ser uma qualidade da percepção, depende do observador humano para descrevê-la. A melhor prática é usar um vocabulário simples e consistente para descrever as diferenças de cor. Por exemplo, “A amostra está mais clara e avermelhada, é preciso escurecer e esverdear mais.”

Diferença de luminosidade: mais claro, mais escuro.

Diferença de cor: mais amarelado, azulado, avermelhado, esverdeado.

Diferença de Croma/Saturação: “mais brilhante”, “pálido”, geralmente usados.

  • Mais brilhante é na realidade uma combinação de saturação e luminosidade.
  • “Mais saturado”, “menos saturado”, “mais ou menos intenso” são descrições melhores.
  • Este tópico está sob revisão pelos avaliadores de cor internacionais.

Existem padrões de tolerância visual que podem auxiliar na aprovação visual. A recomendação de um padrão de cor também deve estar associada à nomenclatura internacional e na falta de padrão físico padroniza-se um padrão internacional como Pantone, Munell, Ral, NCS, etc.

A precisão das cores é um fator determinante em todos os setores. Quando ela não atende os padrões desejados resulta em aumento dos custos e tempo de lançamento do produto, portanto é importante ver as cores sob condições de luz controladas.

Gostou do nosso conteúdo?

Não se esqueça de compartilhar e curtir nossas publicações em nossas redes sociais! Confira também nossa loja virtual e tenha acesso a melhor tecnologia na área da cor!
Um abraço e até a próxima!

Ficou em dúvida ou deseja ter mais informações?
Entre em contato pelos nossos canais de atendimento logo abaixo: telefone, WhatsApp, e-mail ou clique no ícone flutuante da página e fale agora com um consultor.