Os processos de impressão e qual escolher

Os processos de impressão e qual escolher

Ao desenvolver um projeto gráfico, é importante prestar atenção à qualidade de impressão para focar no layout e transmitir informações de forma eficaz. Porém, antes de iniciar o projeto, deve-se definir o sistema de impressão mais adequado e considerar o tipo de fonte, a cor e o acabamento do material utilizado para se obter um bom resultado.

Depois de definir formato, margens, cores, imagens e tipografia do seu projeto, é essencial escolher qual processo de impressão será utilizado.

Atualmente, existem muitos processos de impressão que são úteis e rentáveis para cada segmento. Estes são divididos em processos de impressão convencionais e processos de impressão digitais e são definidos pela forma como ocorre a transferência dos elementos gráficos para o substrato de impressão; por isso, se você é um designer, por exemplo, é fundamental que conheça estes processos, afinal, irá agregar mais valor ao seu trabalho e reduzirá as chances de uma frustração no projeto final.

Este conteúdo vai apresentar as formas de impressão mais comuns no mercado gráfico, onde são utilizadas e qual irá se adequar ao seu fluxo de trabalho. 

Abordaremos os seguintes tópicos:
o 1. Processos de Impressão Convencionais
o 1.1 Impressão Offset
o 1.2. Rotogravura
o 1.3. Flexografia
o 1.4. Serigrafia
o 1.5. Tampografia
o 2. Processos de Impressão Digitais
o 2.1. Impressão por Jato de Tinta
o 2.2. Impressão a Laser
o 2.3. Sublimação
o 2.4. Gravação a Laser
o 3. Qual processo escolher

Continue a leitura e descubra mais sobre o assunto!


Processos de Impressão Convencionais

Os processos de impressão convencionais são aqueles que contam com matrizes físicas de impressão. Mesmo com a evolução da impressão digital, esses processos continuam sendo amplamente utilizados, pois produzem resultados de qualidade e muitas vezes mais rentáveis.

1. Impressão Offset

A impressão offset é um dos processos mais utilizados na indústria gráfica, pois é conveniente para impressões em grandes quantidades.
As máquinas de impressão offset são capazes de produzir de 4 a 15 mil impressos por hora, quando alimentadas por folhas individuais, ou até 45 mil cópias por hora, se alimentadas por bobinas contínuas de papel.   

Ela ocorre com uma matriz planográfica, ou seja, tanto a imagem quanto seu espaço negativo estão no mesmo plano. Por isso a matriz apresenta características físico-químicas: a área com a gravação da imagem é receptiva à gordura ou óleo e a área negativa é receptiva a água. Assim, quando a matriz é umedecida, a tinta que é espessa e oleosa, não adere às áreas úmidas e se aloja somente na região que possui a imagem.

Nesse processo, a matriz não entra em contato direto com o suporte (papel). Isso ocorre, pois a superfície da chapa é lisa e deixaria a imagem borrada. Existe um cilindro intermediário, revestido de uma borracha chamada de blanqueta, que faz a coleta da tinta na matriz e transfere para o suporte. Esse cilindro é necessário pois utiliza-se água para entintar a matriz e a água não pode entrar em contato com o papel. 

A matriz utilizada no processo offset pode ser gravada em dois processos: o fotolito (um filme transparente de acetato ou poliéster coberto com sais de prata, fotossensível e serve como a mídia intermediária entre a arte final e o impresso), ou digital, chamado CTP (computer-to-plate), um processo computadorizado que faz uma gravação de imagens e textos a laser nas chapas de alumínio. A chapa então é gerada a partir do arquivo criado digitalmente, sem a necessidade do uso do fotolito. 

Passo a passo do processo

- a matriz é gravada pelo processo fotolito ou CTP 

- a matriz é umedecida pelos rolos de molhagem, alojando a água nas áreas negativas 

- a matriz passa pelos rolos entintadores, alojando tintas nas áreas da imagem 

- a blanqueta entra em contato com a matriz, coletando a tinta no formato da imagem

- a blanqueta entra em contato com o suporte, imprimindo a imagem 

As impressoras offset podem ser classificadas em planas ou rotativas; as impressoras planas trabalham a partir de folhas soltas enquanto as rotativas utilizam bobinas de papel. As planas oferecem melhor qualidade para impressão de cartão de visitas, panfletos, folhetos, cartazes e livros. As impressoras rotativas são recomendadas para projetos em grande tiragem como revistas e jornais.

Fonte da imagem: Blog da Printi


2. Rotogravura

A rotogravura (ou processo em baixo relevo) também é um processo de impressão bastante utilizado na indústria gráfica. Diferente da impressão offset, esse processo é direto, ou seja, a matriz de impressão entra em contato direto com o suporte. Isso torna o processo bastante veloz, podendo atingir 500 metros de impressão por minuto, demandando tintas líquidas e voláteis, para rápida absorção e secagem. 

As chapas na rotogravura são gravadas em baixo-relevo e ajustadas em cilindros. A tinta penetra nas áreas de baixo relevo, e nas áreas sem relevo a tinta é retirada por uma raspadeira.  

Passo a passo do processo:
- gravação do cilindro com a imagem
- o cilindro matriz é imerso na tinta, saindo completamente carregado.
- um rodo metálico, raspa a superfície do cilindro, retirando o excesso de tinta da superfície e mantendo a tinta apenas nas áreas de baixo relevo
- o suporte (papel) passa entre o cilindro matriz e o cilindro de pressão, fazendo a impressão.

O processo de rotogravura é utilizado apenas para impressos de alta tiragem, já que seu maquinário é de grande porte e a produção de suas chapas tem um custo alto. A rotogravura é bastante utilizada em embalagens flexíveis de alimentos, que se beneficiam do processo porque a secagem rápida da tinta é bem interessante para materiais como celofane e alumínio.



3. Flexografia

Assim como a rotogravura, a flexografia é um processo de impressão direta, porém as chapas utilizadas nesse processo são como carimbos, só que em grande escala e de maneira rotativa. Essa simplicidade das chapas reflete no baixo custo de produção e na qualidade final da impressão, inferior em comparação a outros processos. Antigamente as matrizes flexográficas eram gravadas em borracha, mas hoje algumas matrizes são feitas em fotopolímero (um polímero ou plástico que sofre uma alteração nas propriedades físicas ou químicas quando exposto à luz).

Passo a passo do processo:
- gravação da matriz em relevo
- o cilindro com a matriz é pressionado contra um cilindro macio entintado
- o suporte (papel) passa entre o cilindro matriz já entintado e o cilindro de pressão, fazendo a impressão. 

O processo de flexografia é muito utilizado como alternativa de baixo custo à rotogravura, principalmente em embalagens de vida útil limitada, como sacolas plásticas, sacos de pão, papel de presente, entre outros.


4. Serigrafia

A serigrafia, também conhecida como silk-screen, é um processo originalmente artesanal que ganhou proporções e aplicações industriais. As matrizes planas da serigrafia são bastidores de madeira ou metal que contêm uma tela de náilon tensionada no centro. Para gravar a imagem, é preciso cobrir essa tela com uma emulsão fotossensível (a matriz é preparada com um produto químico fotossensível e colocada sobre um fotolito, que são colocados sobre uma mesa de luz). Depois, aplica-se uma fina camada de tinta sobre a tela com auxílio de um rodo e a tinta passa pelas partes da tela gravadas com a imagem e imprime.

Passo a passo do processo:
- gravação da tela
- a tela já gravada é posicionada sobre o suporte
- aplica-se uma fina camada de tinta sobre a tela com auxílio de um rodo
- a tinta passa pelas partes da tela gravadas com a imagem e imprime o suporte.

A serigrafia é um processo versátil, pois permite um suporte tanto rígido quanto flexível. É muito utilizada para tecidos, plásticos, vidros e acrílico e como uma alternativa para brindes e camisetas. Apesar de hoje existirem máquinas automatizadas, a serigrafia ainda é um processo lento em comparação aos demais, inviabilizando alguns prazos de produção.


5. Tampografia

A tampografia é um processo de impressão indireto e relativamente recente. Ele possui um grau maior de complexidade, pois alia a confecção da matriz da rotogravura com a impressão de contato flexográfica. Uma característica única da tampografia é o uso de um tampão, uma peça flexível de silicone que coleta a tinta da matriz a aplica a imagem adaptando-se a superfície.

Passo a passo do processo:
- gravação da matriz plana com a imagem
- a matriz é entintada
- é retirado o excesso de tinta da matriz, deixando a tinta apenas no baixo relevo gravado com a imagem
- o tampão é pressionado sobre a matriz, coletando a tinta.
- o tampão carregado de tinta é pressionado sobre a peça, transferindo a imagem para ela. 

A tampografia é bastante utilizada na indústria de brindes, por ter a possibilidade de se moldar a diferentes tipos de objetos. Esse processo também poderia ser aplicado em outros suportes, como papel, entretanto a alta complexidade faz com que outros processos sejam mais viáveis.

Fonte da imagem: Novo Negócio



DIFERENÇAS NO PRODUTO FINAL



Processos de Impressão Digitais

Os processos de impressão digitais trabalham com matrizes digitais. Em um computador, o comando de impressão gera um arquivo temporário com todas as informações sobre a imagem e as configurações de impressão, esse arquivo é a matriz digital. Sendo essa a principal vantagem dos métodos de impressão digital, pois ele não necessita da produção e gravação de uma matriz física.

1. Impressão por Jato de Tinta

Em termos industriais esse tipo de impressão conta com grandes reservatórios de tinta nas cores CMYK, que são combinadas gerando linha por linha uma imagem. Os jatos de tinta são bem pequenos, o que permite grande precisão na impressão. A determinação do desenho, quantidade de gotas, mistura de cores e onde elas deverão ser lançadas é determinada a partir do programa que une computador e impressora. Quando clicamos no botão imprimir, o computador envia as informações contidas no arquivo para o software da impressora. O algoritmo coloca corretamente cada gota de tinta em um pequeno orifício quase invisível a olho nu e a despeja no papel com precisão milimétrica.

As tintas utilizadas na impressão por jato de tinta normalmente costumam ser menos resistentes a luz em comparação a outros processos. Entretanto, é um processo bastante acessível, principalmente para pequenas quantidades e pode ser aplicado em tecidos e polímeros. Assim, a impressão por jato de tinta é uma alternativa para banners, panos de fundos e produtos promocionais, além dessas impressoras serem preferência no Brasil por dispor de qualidade e bons preços, ou seja, podem ser encontradas em escritórios, lojas e adquiridas por todos que desejam uma boa qualidade.



2. Impressão a laser

A impressão a laser é um processo bem detalhado, embora ocorra em frações de segundos. Essas impressoras são mais velozes que as de jato de tinta e apresentam ótima qualidade em tamanho e suportes diversos.

Apesar do maquinário utilizado na impressão a laser ser mais caro do que na impressão por jato de tinta, muitas empresas já estão aderindo a esse método de impressão, já que ela pode tornar a confecção de amostra e impressões em pequenas quantidades bem acessíveis. Em relação ao preço, elas são mais econômicas; enquanto a impressora jato de tinta realiza mil impressões por mês, a impressora a laser faz cinco mil ao mês com uma velocidade muito maior e possuem uma impressão resistente que raramente mancha ou desbota.

Passo a passo do processo:
- o feixe de laser carrega o cilindro com uma carga eletrostática, de acordo com o arquivo digital da imagem
- o toner é despejado, com uma carga eletrostática oposta, aderindo ao cilindro, já no formato da imagem
- o papel é polarizado com carga igual à do cilindro, porém mais forte
- em contato com o cilindro, o papel atrai para si as partículas do toner
- o papel é aquecido para fixação do pigmento 



3. Sublimação

O processo de sublimação pode ocorrer de maneira direta ou indireta. O processo direto parte de uma tinta sólida, que é diretamente transferida para o suporte por meio de pressão ou alta temperatura. A sublimação indireta utiliza um papel específico para essa finalidade, que é impresso digitalmente com tinta sublimática e depois é transferido do papel para o suporte por meio de calor e alta pressão.

Se você pretende iniciar o seu negócio utilizando a sublimação, os gastos com os equipamentos são facilmente compensados pelos benefícios que este ramo oferece, como: 

• Maior controle na produção: é possível administrar com mais facilidade as tiragens dos produtos, evitando desperdícios;
• Menor custo com a compra de tintas e suprimentos quando comparado a outros métodos de impressão;
• Mais facilidade e velocidade na produção de peças. 

O processo de sublimação direto é relativamente caro, porém o indireto vem se tornando cada vez mais acessível, justamente por contar com equipamentos baratos e insumos simples. Muitos materiais estão sendo adaptados para receber impressão sublimática: tecido com fibra de poliéster, bases de chinelo e cerâmicas especiais. É um processo ideal para confecção de brindes e personalizados como canecas, camisetas, garrafas térmicas, capas de celulares e etc, uma vez que pode ser aplicado em pequenas quantidades.

Fonte da imagem: Blog Dimona



4. Gravação a laser

A gravação a laser não pode ser considerada um processo de impressão em si, mas é um recurso digital importante e cada vez mais utilizado para gravação e diversas superfícies. Suas principais vantagens são a velocidade, qualidade e a possibilidade de trabalhar em superfícies irregulares. 

Ela pode acontecer de quatro formas:
- Vaporização: remove uma camada do material por pulverização.
- Remoção fina: também usa vaporização e ao mesmo tempo muda a cor da camada inferior.
- Coloração: gera uma reação química ou térmica alterando a cor do material, sem desgastá-lo.
- Fusão: gera um baixo relevo, por meio da queima, derretimento ou destruição do material base. 

Materiais como papel e tecidos de fibras naturais, acabam não tendo um bom acabamento na gravação a laser, pois as bordas acabam queimando. A gravação a laser é ideal para materiais que se desgastam com precisão, como os metais e madeiras. É muito utilizado na confecção de brindes de metal e madeira, como pendrives, chaveiros e placas de sinalização.




Qual processo escolher?

Ainda que na maioria dos casos a opção escolhida no design gráfico seja a offset, esta escolha não pode ser um procedimento espontâneo. Para definir o processo, é necessário considerar não só os parâmetros relacionados à qualidade de impressão final exigida pela situação do projeto, mas também os custos, prazos e operações de produção. Assim, devem ser levados em conta: 

1. As vantagens e desvantagens apresentadas pelo processo e sua adequação às necessidades do projeto;

2. A tiragem, pois se apenas 500 cópias já bastam, alguns processos devem ser deixados de lado, pois só se tornam viáveis para tiragens maiores;

3. O custo de todo o processo, pois muitos apresentam um alto custo fixo (para a produção da matriz, por exemplo), o que se torna inviável;

4. O suporte que será utilizado (papel, papelão, vidro etc.) pois muitos dos processos não suportam alguns tipos específicos de suporte;
5. O conhecimento prévio do processo ou ao menos a possibilidade de obter este conhecimento antes de elaborar o projeto.

  • Outra coisa a se levar em conta é o princípio básico de qualquer investimento: a relação custo-benefício. Em comparação com os benefícios, o custo só pode ser considerado alto ou baixo; um custo aparentemente baixo se tornará muito alto se trazer benefícios insignificantes e até mesmo causar prejuízos. Por outro lado, opções de investimento mais caras podem trazer ganhos significativos no curto ou médio prazo e, assim, este custo se revela efetivamente baixo. 

Gostou do nosso conteúdo?

Esperamos que este conteúdo tenha lhe ajudado a entender mais sobre os processos de impressão existentes e como escolher o ideal para o seu fluxo de trabalho.

 Caso tenha lhe restado dúvidas, estamos a disposição para atendê-lo em nossos canais de comunicação, ou você pode preencher o formulário abaixo para que assim possamos entrar em contato!

Conteúdo originalmente publicado em abril de 2021 e atualizado em maio de 2021.

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